Chuva

Analisando os totais pluviométricos anuais para o estado do Espírito Santo, pode se verificar que a região serrana apresenta as maiores médias de chuva do estado, com uma precipitação média anual acumulada de 1.400 a 1.500 mm. Há uma tendência de diminuição da precipitação anual na região norte do estado, sendo que no extremo norte, por exemplo, se verifica totais anuais entre 1.050 e 1.100 mm. Nos municípios limítrofes com Minas Gerais, na região noroeste do estado, o índice pluviométrico é o menor, com precipitação na faixa de 1.000-1.100 mm. Quanto ao restante da região norte, principalmente na planície litorânea, esses valores permanecem na faixa de 1.100-1.300 mm.

Apesar dos totais anuais de chuva serem bons indicadores do regime pluvial, para fins agrícolas torna-se importante verificar as características desse regime no decorrer do ano. Isto é feito através da análise dos totais mensais. Os meses de novembro a março apresentam os maiores volumes de chuva, com a maior parte do estado apresentando mais de 120 mm mensais. Estas chuvas estão associadas a processos convectivos naturais, devido à instabilidade atmosférica, típica do período mais quente do ano e também à formação do sistema meteorológico conhecido por Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), cuja principal característica é a ocorrência de chuvas por vários dias. Os meses de abril e outubro apresentam valores transitórios entre os períodos úmido e seco, cujo detalhamento será dado a seguir.

Na análise temporal da chuva no estado do Espírito Santo são utilizadas, a título de exemplo, as distribuições mensais de chuva para cinco municípios do estado do Espírito Santo (Ecoporanga, Venda Nova do Imigrante, Alegre, Vitória e São Mateus), considerando o período entre 1977 a 2006. Os municípios situados na região oeste do estado (Ecoporanga, Venda Nova e Alegre) apresentam um regime de chuva típico da região Sudeste do Brasil, com um período chuvoso, compreendido entre outubro a março e um período seco, entre abril a setembro. Já nos municípios da porção leste, faixa litorânea (Vitória e São Mateus), esta separação entre período chuvoso e seco já não se faz tão evidente, principalmente devido à maior umidade desta região no período de inverno. A distribuição média de chuva é um bom indicativo para se avaliar o potencial de diferentes regiões no que se refere à exploração agrícola. Os municípios de São Mateus e Alegre, por exemplo, apresentam totais médios pluviométricos anuais muito próximos (1.296 e 1.292 mm), porém com distribuição distinta, o que poderá indicar, por exemplo, o potencial uso da irrigação diferenciado nas duas regiões.


                                   Chuva anual (mm)


                                     Chuva mensal (mm)